segunda-feira, 28 de março de 2011

Construção de Hipóteses de Leitura e Escrita na Educação Infantil

Patrícia V. G. do Nascimento
Resumo: Certos professores muitas vezes já se depararam com alguns alunos que no início do ano parecem não ter prontidão ou maturidade para aprender, outras vezes culpam os educadores anteriores ou material didático, Emília Ferreiro em seus estudos muda esse modo de pensar e aponta para a realidade de sua representação, o que vem a ser uma revolução na alfabetização, pois para ela a escrita da criança é um processo de construção pessoal.
Palavras-chave: Construção de hipóteses, leitura e escrita na educação infantil, aprendizagem.

Abstract: Some teachers often have come across some students at the beginning of the year seem to have no maturity or readiness to learn, sometimes blame the teachers or previous class material, Emilia Ferreiro changes in their studies this way of thinking and points to the reality of his representation, which turns out to be a revolution in literacy, for writing the child is a process of personal construction.
Keywords: Construction of hypotheses, reading and writing in kindergarten, learning.

Introdução
Este artigo tem por objetivo relatar a construção de leitura e escrita de crianças com 4 anos cursando o Jardim II da Escola Doce Folia da rede particular de São Paulo. Baseada em Emília Ferreiro a escola explora hipóteses trazidas pelas crianças, proporcionando troca de informações e a construção da escrita e leitura.
A Escola trabalha com um sistema apostilado que explora essas informações trazidas pelas crianças e para complementar o trabalho das professoras e consequentemente dar suporte às dificuldades e anseios dos alunos, são montados projetos que dão ênfase a temas característicos a cada turma.
Processo da Construção de Escrita e Leitura:
Emília Ferreiro não criou um método de alfabetização, e sim observou como se realiza a construção da escrita e leitura na criança. Os resultados de suas pesquisas permitem que conhecendo a maneira com que a criança concebe o processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem caminhos que nos levem a evitar erros mais freqüentes dos alfabetizadores, desmistificando mitos vigentes em nossas escolas.
Muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura e escrita, as crianças constroem hipóteses sobre o objeto de conhecimento.
As crianças do Jardim II da Escola Doce Folia encontram-se na fase 1 (Pré Alfabética) segundo Emilia Ferreiro, que é o início da construção, elas reproduzem os traços básicos da escrita com que se deparam no cotidiano e “lêem” seus rabiscos da forma que quiseram escrever, portanto cada um só pode interpretar sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.
Partindo da descrição dessa fase, a escola proporciona às crianças situações de escrita, levando-os a montar suas hipóteses e construir seu conhecimento.
Exemplificando, apresento um trabalho realizado durante um Projeto sobre os Animais Brasileiros, foi pedido que as crianças escrevessem as palavras: arara, mico e jacaré.
Concluímos com o resultado, que a criança inicialmente constrói sua escrita com letras que já conhecem e fazem parte de seu cotidiano, como em seu nome, nome dos amigos, pais e professoras. Com o tempo, após vivenciarem diversas formas de leitura e escrita, como folhear livros, gibis, poesias, rótulos entre outros, conseguirão construir sua escrita.
Em suma, a alfabetização é um processo interno, que acontece de formas diferentes em cada indivíduo dependendo da forma com que é estimulado por seu meio ambiente. É caracterizada por grandes dificuldades e conflitos a nível cognitivo, levando a criança a estar em constante coordenação de informações e reconstrução de seu conhecimento adquirido, provocando assim, mudanças internas e grandes avanços para se chegar no pleno desenvolvimento da escrita e leitura.
“É uma aventura excitante, repleta de incertezas, com muitos momentos críticos, nos quais é difícil manter a ansiedade sob controle”. (Ferreiro, 2003)

Considerações Finais
Emília Ferreiro explica todo o processo complexo da aquisição da escrita e leitura, que serve de exemplo para todos os alfabetizadores que se importam com a qualidade de seu trabalho pedagógico e aprendizagem de seus alunos. Acreditar nas etapas da aquisição da leitura e da escrita é admitir que as crianças são seres pensantes, capazes de aprender.

Bibliografia
Ferreiro, Emilia. Alfabetização em Processo. 15. ed.: Cortez, 2003.
Ferreiro, Emilia. Reflexões sobre Alfabetização. 24. ed.: Cortez, 2001.
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