segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Teoria da Sexualidade

                                                                                                             Patrícia V. G. do Nascimento
As descobertas de Freud sobre a sexualidade infantil provocaram grande espanto na sociedade conservadora no final do século XIX, visto que até esta época a criança era vista como símbolo de pureza, um ser assexuado. Nesta época achava-se que a função sexual aparecia na puberdade, porém foi descoberto por Freud que esta função existe desde o nascimento até a vida adulta, por meio de relatos de seus pacientes. Com o passar do tempo esse tema evoluiu-se e a sociedade pouco a pouco se familiariza e compreende suas diferentes formas de expressão.
A partir de suas experiências clínicas, Freud desenvolve a Teoria da Sexualidade, onde o prazer está ligado ao próprio corpo e a função sexual está ligada à sobrevivência, ou seja, reprodução.
A sexualidade, segundo Freud, evoluiu, para tanto observou-se que esse desenvolvimento acontece por etapas, as quais citadas a seguir:
Fases do Desenvolvimento Psicossexual
- Fase Oral: acontece do 0 aos 6 meses aproximadamente.
Principais características: a região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca que a criança entra em contato com o mundo, é por esta razão que a criança pequena tende a levar tudo à boca. O principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que além de alimentar proporciona satisfação ao bebê.
- Fase Anal: acontece dos 6 meses aos 3 anos aproximadamente.
Principais características: neste período a criança passa a adquirir o controle dos esfíncteres, a zona maior de satisfação é a região do ânus.
- Fase Fálica: acontece dos 3 aos 6 anos aproximadamente.
Principais características: nesta etapa do desenvolvimento a atenção da criança volta-se para a região genital. Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as meninas possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças anatômicas entre os sexos, as crianças criam as chamadas “teorias sexuais infantis”, imaginando que as meninas não têm pênis porque este órgão lhe foi arrancado (complexo de castração). É neste momento que a menina tem medo de perder seu pênis. Neste período surge também o Complexo de Édipo.
- Complexo de Édipo: este acontece juntamente com a fase fálica, caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. A idéia central desse complexo está relacionada à figura materna pelos cuidados intensivos que são dispensados ao recém-nascido, dada a sua fragilidade. Com o crescimento, a criança passa a não precisar tanto dos cuidados da mãe, esse afastamento faz a criança sentir que não tem mais o amor da mãe, nessa época também ocorrem algumas restrições como: não se pode andar pelado pela casa, dormir entre os pais e tais coisas. Por esse ponto de vista a criança percebe que não é o centro das atenções, pois seus pais vivem uma realidade ampla onde conhecem e gostam de outras pessoas e um do outro. Portanto, a mãe pertence ao pai, por isso a criança dirige sentimentos hostis a ele, porém ao mesmo tempo o ama, tornando-se esse sentimento contraditório. O pai é a personagem principal do Édipo masculino, pois na primeira etapa da formação do Édipo são reconhecidos três tipos de ligações afetivas do menino: um apego desejante pela mãe considerada como objeto sexual, e, sobretudo um apego ao pai como modelo a ser imitado. O menino faz de seu pai um ideal em que ele próprio gostaria de se transformar. O vínculo com a mãe se nutre do ímpeto de um desejo, enquanto o vínculo com o pai repousa em um sentimento de amor produzido pela identificação com o ideal. O menino fica incomodado com a presença do pai, que barra seu impulso sexual pela mãe. O menino quer substituir o pai, e este passa a se apresentar sob duas imagens diferentes: amado como um ideal, odiado por um rival. Já no Complexo de Édipo invertido o pai é visto sobre três formas diferentes, além de amado como ideal e odiado como rival, é visto também como objeto sexual desejável. Portanto, no Complexo de Édipo o menino passa a apresentar uma atração pela mãe e a rivalizar com o pai, e na menina ocorre o inverso.
- Fase de Latência: acontece dos 6 aos 11 anos aproximadamente.
Principais características: este período tem por característica principal um deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas, ou seja, a criança passa a gastar sua energia em atividades sociais escolares.
- Fase Genital: acontece a partir dos 11 anos.
Principais características: neste período, que tem início com a adolescência, há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente passa a buscar, em pessoas fora de seu grupo familiar, um objeto de amor. A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil, dos pais e da infância para que pouco a pouco possa assumir uma identidade adulta.

Conclusão
            A Teoria da Sexualidade desenvolvida por Freud, entre outras descobertas, foram e são para o mundo fundamentos e conteúdos para serem discutidos, estudados e refletidos por médicos, psicanalistas, psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos entre tantos outros profissionais, levando assim tratamento para problemas psíquicos, permitindo ao indivíduo um melhor aproveitamento da vida social.

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